as
árvores ensopam o domingo lento
que
se acumula junto aos pés
pelo
musgo no colo sei que estás em direto
acusas-me
de ter um corpo miúdo
acusas-me
sempre do mesmo
do
corpo que se expande pelo poema
sabes
que me vou esvair em ásia
sabes
que são horas de esclarecer
o
propósito desses assassinatos.
vesti
a saia de fósforos, a tua preferida
no
meu ventre asteca queres incendiar o mundo.
na
procriação da sala
visto
ao poema um refrão ecológico.
o
corpo miúdo amiúde hermético como a geladeira
onde
deixaste aquele ensaio esvair-se em sangue.
acusas-me
de nunca me separar da casa.
de
braços cruzados na contemplação da sorte
eu
diria que é o trânsito das portas
e
o sossego do Tejo
naquele
quadro do anterior arrendatário.
é
um verão longo no rodapé da razão
e
o meu uivo domesticado
tem
raízes no simbolismo, continuas,
largo
os pés de vez
em
direção à página branca
ao
militarismo trémulo da tua voz
de
encontro à pele críptica do papel
acusas
a boca de se habituar à fotografia
e
as notícias de saquearem a grafia
na
sala procriam-se palavras irregulares.
uma
casa corpo, não passo de.