domingo, 19 de janeiro de 2014



Este é o dia certo para prolongar a vida
e o perdão de todas as noites.
Dizes-me a existência é uma mala Gucci que compraste
com a tua ferida incomensurável
dizes-me deixa-me dar-te detalhes
o fogo que incendeia as lágrimas
a voz arenosa dos nossos desertos
deixa-me prolongar-te se prolongar-te é amar-te sob o luar nu, no cheiro da erva molhada
dizes-me se me deixar morrer no prazer efémero da verdade
vou renascer, prometes,
porque isto é mais do que uma noite boémia noutro continente
e é aí que me seduzes ou é a noite que me seduz com tatuagens tribais e outros rituais
a tua voz sobre os ritmos eletrónicos de cada orgasmo
Hoje é o dia certo para celebrar todos os sonhos que nunca tive
porque este mundo não é cidade, este mundo é o teu corpo
é o teu olhar distante de artista que despreza todas as atividades
económicas na qual nunca percebeste como me envolvi.
O teu sangue é dourado como uma ilusão
E os teus lábios são tão estrangeiros como o meu desejo.
São mares que desaguam por dentro.
O calor das tuas alucinações em espasmos fluorescentes
Dizes-me este é o calor australiano da nossa espiritualidade
e a minha morada inóspita

é refúgio de todas as feridas banais que te habitam a dor.