terça-feira, 24 de março de 2015

A cidade

de si para si mesma
com as palavras na continuação das veias
a cidade a gravitar
nos fragmentos sensíveis dos verbos.
um movimento noturno
vive nos andares mais altos
da solidão.
a cidade genial precipita-se
na convocação dos homens
que se perdem e se encontram
no mesmo espaço.
a idade quente da terra
morre-me nas mãos ao passar
esta ponte triste
que vai dar a Setúbal.
não conseguirias pagar
as casas que eu vendo
nem que dobrasses a tua existência.
o tejo demora-me nos olhos,
lembra o som crepitante
da tua presença.

hoje amo quem rir.