o mar no inverno é uma cabeça dilatada
uma floresta de lâmpadas
onde celebras a aparição do frio.
as raízes do sono escoam o escuro
dentro da memória a água é suave.
os dedos tocam a superfície da respiração
no lirismo tóxico dos sonhos.
o canto das ondas feridas
atravessa a existência.
os relâmpagos afogados no rosto
a areia desdobrada sobre o útero.
estas são as imagens de vocabulário
deitadas incrustadas nos lençóis.