sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Gerar ação

o sono é redondo e o sonho é a rede onde
os dedos magníficos da paisagem tocam deuses assombrados
a sombra dos brancos e cheios de crimes
que ri mesmo quando as letras estão molhadas
de segregação desta geração
de integridade pungente e a gente,
oh a gente, sonha à direita ou sonha para a frente
rente à miséria inspira devagar o incêndio
que em sendo linguagem é uma joia brusca
que se constrói falando do falo
e loucas as feministas expostas
em sombras indispostas
e as respostas em sangue permanente uma patente
na pele de um leitor moroso
amoroso de outra idade e idoneidade, vai-se lamentar
desta vida elementar de ser de uma geração
com perfume de reação
mas dentuça mediática, muito simpática
que dorme dorme por cima de toda a porcaria
porque queria ser gente abaixo do joelho
vê-se encostada a um quelho sem espelho para se desarranjar
e agora o medo crepita, a sirene apita
Jerusalém é rica e o capital atiça  
atiça o silêncio de não haver ideal
pelo qual morrer quando me mover.