terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Em vez de sangue

é entre o fulgor bélico dos movimentos
que reconheço o meu corpo
qual silêncio intermitente
nos momentos mais cruciais do terror.
rasgamos as várias formas de holocausto
para que as várias formas de holocausto
se multipliquem por mais formas de holocausto.
vivemos das oscilações, reconhece.
tudo se resume a um dinamismo necessário,
a uma sensação efervescente no tecido dos dias.
o organismo preso à realidade,
a realidade dispersa na velocidade de existir.
e é nas fugas que nos reconhecemos
e que nos rescrevemos: fugir integrou parte da nossa postura no mundo.
no interior das veias
possuímos caos em vez de sangue.