a
vida ordena-se como a luz magra do poema
reparte-se
em pedaços iguais
de
verde, azul e branco
tudo
cinzento por baixo,
os
prédios que contrastam com o estádio de futebol
a
loja dos chineses,
as
placas que indicam que Figueira da Foz é mais ou menos na mesma direção
das
minhas artérias.
uma
ponte surge subitamente entre a janela e o poema.
os
carros alinham-se em andamento
todos
com a inspeção em dia
e
as luzes ligadas à noite
e
a vida ligada à morte
e
a morte desligada
a
apodrecer numa fruteira.